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Feito em casa
![]() Por Homero Pivotto Jr., jornalista, pai do Benjamin, vocalista de banda ruim e comanda o projeto "O Ben para todo Mal." “O rock é minha religião”, dizem alguns. Quem nunca ouviu isso daquele rockista ‘abençoado’, pronto pra ungir incautos com verdades incontestáveis sobre o gênero? O problema é que esse dogmatismo que beira o sacro tende a afastar novas ovelhas do rebanho. Porque né, quando se é jovem, a gente não quer que nos digam o que e como fazer as coisas. E o rock — ao menos pra mim — foi meio que a personificação da rebeldia, de não aceitar o que dizem ser assim ou assado, de contestar, de questionar. Ele conseguiu se conectar comigo, mostrar que havia possibilidades (algo que, em determinadas fases da vida, os coroas não conseguem). Só que, atualmente, o estilo parece ter se tornado o tiozão do Led (nada contra a banda, ressalte-se) que adora pregar como o passado foi glorioso e o presente é apocalíptico para esse tipo de som. É uma cobrança carola de regras e posturas que até parece embasada por algum livro sagrado. Mas se o rock é libertador (para este pai de família que vos escreve foi o que ele significou), porque tanta doutrina? O mundo mudou, as pessoas não são as mesmas de ontem, os tempos são outros e o contexto da porra toda se modifica mais rápido que uma audição de ‘You Suffer’ do Napalm Death. Esse conservadorismo não tem sentido e afasta a possibilidade de identificação que fideliza um amante do gênero desde a adolescência. O rock, assim como as divindades que regem crenças de quem frequenta igrejas, não morre. Há ciclos em que tá na graça do povo, e outros em que amarga um inferno astral. Isso é normal. Perigo mesmo é a interpretação que parcela considerável de seus seguidores fazem daquilo que ele representa. Isso tem o tornado, cada vez mais, um ser superior inacessível. As novas gerações não gostam dessa cagação de lei e não se sentem cativadas. Sim, é possível ser roqueiro e gostar de outras sonoridades. Esse lance xiita de que é preciso um monoteísmo musical para ser trOO é um mau espírito que acompanha o rock. E, veja bem irmão: já fui desses que intima galera mais nova com camisa de banda pra ver se são dignos de vestir tal manto. Mas eu tô me regenerando. Ainda me incomoda um pouco ver gente com peita do Ramones sem conhecer os fast four, mas trabalho com fé pra superar isso. Esses comportamentos de medir o grau de rockismo do outro são trouxas e geram antipatia. Vá de retro! Com o mundo na ponta dos dedos, porque, em nome de g-zus, a criatura precisa ser devota apenas ao rock? Ela pode apreciar outros sonoridades sim! Se o deus do rock tá vendo não interessa. A eucaristia roquística deve acolher a todos os quiserem partilhar dela, mesmo que a comunhão ocorra sem tanta frequência. A bolha das redes sociais já é suficiente para que vivamos ensimesmados em uma espécie de seita que reza a cartilha das afinidades e condena as diferenças. A arte, e o gosto por ela, deve ser livre. No primeiro episódio d’O Ben par todo mal, o Jão (guitarrista do Ratos de Porão) diz que os pais têm mesmo de catequizar as crias para que o rock se perpetue. Até pode ser. Mas é preciso cuidado pra que essa evangelização seja sutil, e não colocada como obrigação. Mostrar para a gurizadinha as virtudes do gênero pode ser um caminho. Fazer com que eles percebam que aquilo é importante para determinado grupo, incluindo os progenitores, é um começo. Apontar como há lições que podem ser tomadas naquela locuragem sonora também é um bom mandamento pra se ter me mente. Quem nunca aprendeu inglês traduzindo temas que gosta? E geografia, analisando a origem das bandas (galera do punk/hc da costa leste e da oeste dos EUA, por exemplo)? Aulinhas de história com o Iron Maiden ou de acontecimentos recentes do Brasil com o Ratos de Porão também podem constar no currículo. Tenho pouco embasamento teórico sobre o que acabei de relatar. Trata-se mais de uma reflexão empírica, da percepção de que o rock perdeu espaço na mídia e no interesse da turma mais nova. Até catei na internet alguma pesquisa, mas não encontrei nada além de relatórios sobre consumo digital X analógico de formatos para se ouvir música. Na real, tem uma análise de 2017 da Nielsen Music que corrobora com o que escrevi. Segundo esse material, o R&B/Hip-Hop ficou à frente do rock na preferência dos estadunidenses pela primeira vez na história: 24,5% contra 20.8% em relação ao consumo total de música. Tá, é outro país. Contudo, se importarmos a métrica para o território nacional, talvez só seja necessário trocar R&B/Hip-Hop por algum outro estilo em evidência aqui na terra do Carnaval. Outro apontamento que chamou atenção está num artigo publicado no site Tenho Mais Discos que Amigos. Diz o seguinte: “Se todos já se contentassem apenas com Chuck Berry e Elvis, os Beatles não teriam surgido, nem o Sabbath, ou os Stones ou tudo que veio depois!”. É isso: é preciso estar aberto ao novo, disposto a entender que o momento em que vivemos está tendo tantos desdobramentos quanto o metal ganha novos subgêneros. O culto tem de ser aberto para praticantes e curiosos. O rock do passado, por mais atemporal que seja, foi criado lá atrás, inspirado em situações e vivências que talvez não conversem tão bem com quem vive conectado ao mundo de hoje e à infinidade de informações que isso possibilita. Incluindo um acervo discográfico online que, outrora, até pareceria um milagre obra divina. É duro aceitar isso, mas é verdade que o rock — os fãs, melhor colocando — tem de estabelecer um diálogo com as novas gerações. Do contrário falhamos miseravelmente. E, aí sim, é bem provável que tenhamos de operar um milagre para que destino do estilo não seja o esquecimento. Ou mesmo a vala cultural.
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![]() Uma parceria entre a Padrinho e o Filto Fact-checking coloca no ar, a partir de hoje, uma série de materiais em áudio sobre Fake News. O conteúdo produzido será distribuído, gratuitamente, para as rádios do Rio Grande do Sul. A ideia do especial surgiu de um papo sobre Fake News entre o time da Padrinho e a jornalista, Doutoranda em Comunicação e Co-fundadora do Filtro Fact-checking, Taís Seibt. Percebeu-se, rapidamente, que estamos olhando muito para o assunto a partir do que nós, jornalistas e comunicadores, temos de conhecimento sobre notícias. Rapidamente surgiram exemplos de como as nossas próprias famílias têm dificuldade em entender - e não repassar, especialmente nos famigerados grupos de zapzap (whatsapp) - notícias falsas. - Precisamos explicar para a 'dona Maria' o que é fake news antes de exigirmos que as pessoas não passem conteúdo fraudulento adiante - argumentou Alexandra Zanela, da Padrinho. - É o que eu sempre digo! A minha mãe se chama Maria e uso esse exemplo sempre que falo sobre isso - complementou Taís, que comanda o Filtro e tem promovido encontros sobre checagem com jornalistas. O primeiro foi aqui na Padrinho e o próximo rola no dia 31 de julho, na Ari. ::: Acompanhe a série sobre Fake News ::: Inscreva-se para a próxima checagem. Confira o primeiro episódio do especial sobre Fake News: um guia para não cair nessa. ![]()
Para a minha mãe (e a sua também) entender o que é fake news
Em mais de uma década de reportagem, já ouvi muito editor dizer que é preciso escrever sobre como tal assunto impacta na vida da “Dona Maria”. O que nem todos eles sabiam é que, no meu caso, Dona Maria é ninguém menos do que minha mãe. E minha mãe anda com as orelhas quentes ultimamente de tanto que eu a tenho usado como exemplo em entrevistas, aulas e palestras. É porque minha mãe, Dona Maria, é o exemplar mais próximo de mim do que eu chamo de “usuário padrão” de internet no Brasil. Dona Maria é uma senhora de 60 e poucos anos, que concluiu o ensino básico numa cidadezinha do interior, cresceu na roça e teve que aprender a se virar na cidade. Até 20 e poucos anos atrás, Dona Maria não tinha nem telefone fixo em casa - usava o da vizinha. Ela nunca manuseou um computador e, para selecionar uma faixa no DVD, ela pede ajuda ao neto de quatro anos. Mas Dona Maria tem Whatsapp e está no Facebook. Dona Maria conectou-se às redes sociais graças aos planos pré-pagos de telefonia celular, como a maioria dos brasileiros com acesso à internet. Entreguei o smartphone a ela com os perfis criados e dei um workshop básico de como a coisa funcionava. O resto ela foi descobrindo. E aí é que está o ponto. A gente reclama daquele parente que compartilha de piadas de mau gosto a fake news no grupo da família, mas alguém já parou para explicar pro tio que existe internet fora do Whatsapp? Exemplo. Outro dia minha mãe me mostrou uma mensagem no Whatsapp com um textinho azul. Era um link, obviamente. Mas Dona Maria não sabia o que era um link e não tinha ideia do que aconteceria se ela clicasse no texto azul. Ela também não sabe entrar no Google e pesquisar um assunto. Dona Maria só aprendeu a acessar as mensagens do WhatsApp e percorrer a timeline do Facebook. Para ela, a internet é isso. Toda essa conversa de buscar fontes confiáveis não faz sentido para Dona Maria. No caso da minha mãe, a fonte confiável, muitas vezes, sou eu mesma. Pelo menos ela já aprendeu a desconfiar, mas o fato de perguntar para a filha jornalista se uma informação é verdadeira só mostra como é complicado para ela tirar as rodinhas da bicicleta e pedalar com segurança pelas ciclovias da informação digital. Só que fake news impactam, e muito, na vida da Dona Maria. Quantas donas Marias saíram desesperadas para o super uns dias atrás por causa de boatos sobre uma nova greve de caminhoneiros? A gente precisa achar um jeito – e um tempo – de explicar pra ela que não dá pra acreditar em tudo que dizem no zapzap. É isso que vou tentar fazer por aqui. Vou organizar umas ideias para ajudar minha mãe (e a sua também) a entender o que é fake news. E eu tenho convicção de que essas informações podem ajudar muitas Donas Marias por aí, porque a falta de compreensão sobre a vida digital não é exclusividade da geração dela, nem de uma classe social específica ou de um determinado nível de instrução formal. O letramento midiático é um debate necessário em todos os nossos grupos sociais. Até uma desembargadora foi traída por fake news no caso dos ataques à imagem da vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio em março. Tem eleições vindo aí, e não vai faltar gente tentando confundir a nossa cabeça com informação falsa ou distorcida. Mas também não dá para entrar numas de que tudo é fake news e não se pode mais acreditar em nada hoje em dia. A verdade ainda importa. Só que ela não está na superfície. Precisamos ir mais fundo e ser mais cautelosos. Sem essa de “só” compartilhei. Na dúvida, não compartilha. E te liga nos próximos posts.
Entre as muitas manias que a cinefilia me deu está a de sempre trazer alguma lembrança cinematográfica das minhas viagens. Minha primeira ida à Buenos Aires (que eu espero que não seja a última) ficou marcada na minha memória não apenas pelo céu mais lindo que já vi na vida, mas por um DVD que comprei pelo motivo mais bobo que há: a capa. El Desierto Negro era um mistério para mim. Nunca tinha ouvido falar nada sobre o filme e só tinha como referência o nome de seu diretor, Gaspar Scheuer, que havia integrado a equipe de som de uma produção que gosto muito, Estamos Juntos, de Toni Venturi. Com a caixinha na mão e contando os minutos para descobrir que surpresas ela me reservava, voltei para o Rio Grande do Sul. E fui presenteada com um universo muito próximo ao meu.
El Desierto Negro se impõe pela forma. Sua fotografia, assinada Jorge Crespo e premiada no Festival Internacional de Cinema Independente de Buenos Aires (Bafici), toda em preto e branco, dá uma atmosfera totalmente improvável para o pampa argentino e para sua figura mais mítica: o gaucho. Associar o homem de chapéu e bombacha ao verde infinito dos campos é algo natural, assim como pensar neste herói de outros tempos como alguém valente e prestativo. Mas Scheuer imprime, com ajuda de tecnologia e ótimo elenco, um clima de cinema noir no seu pampa. Ao invés de um protagonista simpático, El Desierto Negro tem como condutor de sua história um homem marcado pela quietude e que, das poucas frases que diz, mais da metade é tem como verbo a ponta da faca. O ator Guillermo Angelelli interpreta o Irusta, personagem de uma Argentina histórica com poucos sorrisos e auxiliado pela lente da câmera que, assim como o espectador, parece desconfiar o bastante para não fixar os olhos por muito tempo nele. Impossível não lembrar do poema de José Hernández, O Gaucho Martin Fierro, uma das obras mais populares da Argentina e que colaborou e muito para o imaginário da figura do gaucho. Só que a ode ao herói do Rio da Prata aqui flerta com o cinema fantástico, em especial em seu prólogo. A eterna sombra que parece perseguir o protagonista soa como um poncho extra sobre as costas, feito de solidão e perdas. O gaucho de El Desierto Negro vaga como um fantasma e nem mesmo a perseguição dos soldados parece alterar seu estado de espírito. Calado, sem demonstrar medo ou valentia exacerbada, ele parece saber o seu destino desde o primeiro minuto em que surge em cena. A chegada na casa de Carmem, que espera a chegada do marido com tanta ansiedade quanto o filho, que poderia trazer algum aconchego para a alma atormentada do gaucho, é mais um teto que um lar para ele. Há uma sensação de que o roteiro poderia ter sido melhor desenvolvido ao chegarmos ao final de El Desierto Negro, mas não é nada que estrague a experiência sensorial que é assisti-lo. Ficamos impregnados por aquele universo em tons de cinza e por aqueles personagens sem muita esperança de futuro. Se olhar o pampa já mexe com o coração desta gaúcha, depois de El Desierto Negro, vai ser ainda mais emocionante. Para difundir a ideia da verificação de notícias, o Filtro Fact-checking organizou a primeira Maratona de Checagem, na noite da última quinta-feira. O evento contou com apoio da Padrinho, que abriu as portas de casa pra receber a atividade. Participaram jornalistas de diferentes instituições de ensino, veículos de comunicação e órgãos públicos. Aproveitando o tema das eleições, quando o trabalho de checagem se intensifica, eles foram convidados a verificar – com o apoio dos integrantes do Filtro, Taís Seibt, Naira Hofmeister e Tiago Lobo – uma série de afirmações proferidas por um pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul nas eleições deste ano. ![]() Após o exercício foram apresentados os resultados das pesquisas e cada trecho da declaração foi etiquetado como verdadeiro, sem contexto, contraditório, discutível, exagerado, distorcido, impossível provar ou falso. Para finalizar, um bate-papo sobre a experiência. Chamou a atenção dos participantes a dificuldade para encontrar provas definitivas sobre algumas informações – inclusive as que pareciam mais simples. Por isso é fundamental o trabalho de checagem. Afinal, muitas vezes nem mesmo os candidatos e as figuras públicas têm segurança sobre as informações lançadas. Durante o período de campanhas e debates eleitorais devem ocorrer as legítimas maratonas de checagem, pois a quantidade e a velocidade das informações decolam. Cabe ao cidadão estar atento ao trabalho das agências para decidir o voto com base nas informações verdadeiras. Sobre o Filtro Iniciativa de checagens da ONG Pensamento.org para verificação de fatos, dados e declarações públicas com foco no Rio Grande do Sul, com o objetivo de desconstruir informações enganosas. O grupo formado pelos jornalistas Taís Seibt, Naira Hofmeister e Tiago Lobo acompanha discursos, entrevistas, programas eleitorais, perfis públicos dos candidatos gaúchos e verifica se o que eles dizem têm fundamento em dados confiáveis e fatos comprováveis, seguindo o código de princípios da International Fact-checking Network.
Precisamos desmistificar o feedback. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, ele não é só aquela avaliação de desempenho que conduzimos com colaboradores. O feedback vai muito além disso: é um momento de construção e fortalecimento de relações significativas. Ele está em todas as conversas que tentam compreender diferentes visões, alinhar expectativas e construir ações efetivas. Fazemos isso o tempo todo em nossas relações pessoais, com clientes, colegas e amigos. Por isso, o feedback assertivo se torna ainda mais necessário em um cenário onde diálogo é essencial para fortalecermos relacionamentos de confiança e comprometimento, além de desenvolvermos pessoas. Um estudo conduzido pelo instituto Gallup mostra que 50% dos funcionários não sabem o que é esperado deles no trabalho. Ouso dizer que não é só na relação empregador-funcionário. Como nos outros âmbitos o maior conflito surge por não dialogarmos e alinharmos expectativas. Assim como, muitas vezes, perdemos a oportunidade de incentivar uma iniciativa legal, um comportamento que trouxe bons resultados. Feedback não é só crítica, é também reconhecer as conquistas, ações e pontos positivos das pessoas - hoje buscamos cada vez mais reconhecimento, evolução e pertencimento. Conheça o site da Sou - Coaching e Consultoria Curta a página no Facebook Em entrevista recente a CMO da UBER, Bozoma St. John, comenta: “Eu gosto de ser encorajada, eu gosto de incentivos. Se você passar por mim lembre sempre do quanto isso é importante”. Uma palavra de incentivo pode potencializar muito o desenvolvimento de alguém. Utilizar o feedback como ferramenta de relacionamento, não só entre líder - colaborador, como também entre empresa - cliente, colaborador - colaborador, pode ser bastante efetivo não só para as relações, como também para os negócios. O segredo está na forma em que nos comunicamos e recebemos este retorno. Aqui estão 5 passos para fazermos isso efetivamente: - Busque compreender a perspectiva da outra pessoa: Independente de você estar recebendo ou fornecendo o feedback, sempre busque compreender o outro lado. O que a pessoa pensa sobre esse ponto? O que faz ela pensar dessa forma? - Se queremos que algo melhore, precisamos assumir nosso papel em buscar essa mudança. Aqui é importante lembrarmos da importância de dar recursos para que as pessoas melhorem. Mostre fatos e consequências, seja claro nos pedidos, dê dicas efetivas para o que pode ajudar as pessoas a melhorarem. - Foco sempre no comportamento e na tarefa, nunca na pessoa. Em geral, após um feedback negativo ou ao receber críticas, as pessoas acabam levando para o pessoal. Deixe claro que o objetivo não é esse. - Tenha empatia: Em geral nas conversas difíceis precisamos pontuar coisas que não estão funcionando, mas nem sempre as pessoas estão conscientes do impacto do seu comportamento. Por isso, o seu feedback deve ter sempre como linha central a verdadeira intenção de ajudar o outro. - Sempre que houver algo para elogiar, elogie: Os estudos de Skinner sobre Condicionamento Operante mostram que somos condicionados diante dos incentivos a repetir ações. Além disso, estamos constantemente buscando reconhecimento. Não é bom saber que vocês está no caminho certo? Escolha por construir relações ainda melhores em todos os âmbitos
Conversar com alunos de universidades é sempre um grande prazer para mim. Junto duas coisas que gosto demais: compartilhar e a disposição da juventude.
Nesta quarta estive em Caxias, para uma noite de trocas, na UCS. E que noite! Com um auditório lotado, 4 páginas transmitindo ao vivo e o cinema exibindo o evento num telão, dividi o palco com outros 3 profissionais da comunicação - as gêmeas e sócias da Fale Consultoras, Alessandra e Fabiana Becker, e o ‘marketeiro confesso’ Marcus Vinícius Tonin. O Compartilha - Desafios da Comunicação é as ‘boas-vindas’ aos novos estudantes da Comunicação e um bom retorno aos que já só estão voltando das férias. Gostei muito do tema escolhido para esta segunda edição do Compartilha. É fundamental que as universidades discutam - e muito - os rumos que a comunicação tem tomado. Afinal, é dali que sairão os profissionais que alimentarão o mercado. Costumo dizer que existe um ‘vale de lágrimas’ entre mercado e academia. Um certa rixa que não faz sentido. E eventos como o Compartilha ajudam a quebrar esta barreira. Pensei muito sobre o que falar para os estudantes. O que chamaria a atenção deles? O que faria com que eles ficassem no auditório e, principalmente, prestassem atenção no que eu estava falando? Este é um desafio enorme! Concorrer com as redes sociais e smartphones não é tarefa fácil! Decidi por fazer uma provocação: questionei sobre que tipo de comunicação eles querem, sobre que tipo de profissionais eles querem ser, falei das mudanças do mercado, da necessidade de fazermos comunicação adequada a 2018 e não mais o modelo da década de 90 e, por fim, lembrei a turma que o que nos faz jornalistas - e comunicadores em geral - melhores é o embasamento teórico. É o que nos faz pensar e não nos transforma em tecnicistas. E este embasamento encontramos na universidade, onde temos professores e tempo dedicados a isso. Nem preciso dizer que quem gostou dessa parte foram os professores, né? Espero que eu tenha contribuído para o debate! Agradeço muito aos professores da UCS pela receptividade de sempre, aos alunos que foram pacientes e a generosidade dos colegas palestrantes. Um carinho especial deixo para a professora Ana Laura Paraginski, pelo convite. Uma amizade que se iniciou há um bom tempo, no curso de Jornalismo da UFSM e que segue firme e forte. Abaixo, você pode ver os tópicos da minha apresentação:
Parafraseando nosso amigo Carlos Wagner, veterano na lida reportera, o caso da pegadinha do diário Marca sobre Cristiano Ronaldo deixa uma boa lição para nós, repórteres e produtores de conteúdo.
O jornal brincou de fake news ao permitir a um youtuber espanhol publicar, na conta oficial do Marca no Twitter, que o craque português não jogaria contra o PSG. Horas mas tarde, Cristiano não só atuou como fez um dos gols da classificação do Real Madrid. Por se tratar de CR7 e vir da conta oficial de um jornal bastante conhecido, o tuíte do Marca imediatamente repercutiu mundo afora - literalmente. Diversos veículos de imprensa noticiaram a baixa para um jogo decisivo na Champions League por confiarem no mensageiro, como se isso fosse o suficiente. A ESPN argentina, por exemplo, simplesmente apagou a matéria após descobrir que era pegadinha. E os equatorianos do Ecuagol não só mantiveram a notícia como não a corrigiram. Quem conhece o mínimo de jornalismo profissional sabe que é preciso desconfiar, acima de tudo. Se fica complicado ligar para o outro lado do oceano e confirmar a notícia com o Real Madrid, que tal conferir se mais gente deu a mesma informação? Com outros detalhes? Ouvindo o clube ou o jogador? São princípios básicos que se aplicam a qualquer bom jornalista e, desde não muito tempo atrás, aos produtores de conteúdo fora do mainstream. A alteração radical pela qual (ainda) passa o mercado da comunicação pode encontrar um resumo rápido na decadência dos veículos tradicionais e na migração dos jornalistas para outras mídias e plataformas, especialmente as digitais. E aí está o ponto: se a difusão da informação deixou de ser monopólio do trio rádio, jornal e TV, quem agora entrou no bolo precisa jogar conforme as boas regras. E nelas estão as premissas do jornalismo profissional, que apura e confirma, nem que seja preciso dar a notícia depois da concorrência. De nada adianta criticar as fake news, portanto, se os produtores de conteúdo não entregarem informações - seja nas redes sociais, blogs, reportagens ou até mesmo em anúncios - sem o mínimo de precisão. Como bem disse a jornalista Taís Seibt neste artigo, “há diferença entre notícia falsa, notícia desagradável e notícia mal-escrita”. E se quem escreve não for jornalista, que busque o mínimo de qualificação ou procure ajuda especializada. De boas intenções o mundo está cheio. De cuidados com a qualidade da informação, nem tanto. Há cinco anos, no dia 27 de janeiro, relembramos a tragédia que aconteceu na boate Kiss, em Santa Maria (RS). Foram 242 mortos, centenas de famílias arrasadas com a perda de amigos e entes queridos, dias intensos de reconhecimento de corpos, velórios, enterros e muita, muita dor. O sentimento é unânime, mesmo para quem não estava lá e não viu de perto as cenas de sofrimento: compaixão. O mundo inteiro soube do que aconteceu na pequena cidade do Sul do Brasil através dos olhos da imprensa. Olhos cuidadosos, que buscaram mostrar da forma mais humana possível tudo o que acontecia ali, tão de perto para cada um deles. Por trás das câmeras, dos microfones e dos computadores não está apenas um jornalista. É um ser humano, uma pessoa de carne e osso, um coração pulsante. São os olhos e as palavras de quem tem a responsabilidade de contar o que está vendo de uma forma verdadeira. De tentar trazer o sentimento para cada linha, de transformar em matéria jornalística um acontecimento tão chocante. E esta é talvez uma das tarefas mais difíceis da profissão: estar firme para relatar aquilo que mexe com todos. Ainda lemos e ouvimos histórias das famílias, de como estão lidando com a perda anos depois. Também nos informamos sobre como está a parte burocrática da tragédia, o que estão fazendo para conseguir justiça. Mas e os jornalistas que estavam lá? Aqueles que chegaram no momento de toda a tensão e viveram junto a agonia de não poder fazer nada para voltar no tempo e evitar tantas mortes? Nós fomos atrás deles, para ouvir como foi contar uma história tão triste, que envolvia tantos sentimentos empilhados. Histórias que faziam engasgar ou nem mesmo segurar o choro em um programa ao vivo. Há cinco anos, Ananda Müller era repórter da – então recentemente aberta – Rádio Gaúcha em Santa Maria. À meia-noite ela encerrou a transmissão da escolha da rainha do carnaval no mesmo centro desportivo onde, horas depois, seriam depositadas centenas de corpos. Ananda foi a primeira a chegar ao local da tragédia e entrou ao vivo para toda a rede da emissora às 5h, enquanto todos ainda tentavam entender o que estava acontecendo. E dali para a frente as notícias seriam cada vez piores. Ela fala de um dos momentos mais críticos da cobertura e do impacto daquele episódio em sua vida e sua carreira. Nilson Vargas é editor-chefe do jornal Zero Hora e estava visitando a família em Santa Maria. Naquela madrugada, recebeu a ligação de um colega da redação, comentando de um incêndio. Desligou o telefone, abriu a janela do quarto e viu muita fumaça no céu. Foi a pé até a boate, mas não tinha ideia da dimensão do que estava presenciando. Luiz Norberto Roese morou 10 anos em Santa Maria. Na época da tragédia, trabalhava em um jornal local e morava perto da boate Kiss. Chegou no local com a certeza de que seria apenas mais uma cobertura de algum acidente, com, no máximo meia dúzia de vítimas. Só acreditou no que estava vivendo quando viu a foto no celular de um dos bombeiros que trabalhava no resgate: centenas de corpos empilhados nos banheiros da boate. Lauro Alves é fotógrafo do jornal Zero Hora e na véspera da tragédia havia feito algo bem parecido com as vítimas: encontrou amigos e foi a um bar, mas em Porto Alegre. Ele foi a primeira pessoa lembrada pelos colegas de redação naquele dia porque, nascido em Santiago, com cinco anos mudou-se com a família para Santa Maria. No entanto, o sono embalado pelo cansaço da empreitada noturna impediu que Lauro atendesse uma das primeiras 70 chamadas. Só depois de muita insistência a ligação foi completada e a notícia, segundo ele, foi como arrancar o sono de seu corpo com a mão. Àquela altura, mal sabia o fotógrafo que chamadas não atendidas seriam também a lembrança mais marcante do momento em que chegou ao Centro Desportivo Municipal de Santa Maria: centenas de telefones tocavam em vão junto aos corpos, enquanto pais esperançosos esperavam ouvir a voz dos filhos. Entre tantas imagens de tristeza, Lauro foi o autor da foto mais emblemática da dor daqueles que lamentam até hoje a perda – o retrato seria a capa do jornal Zero Hora no dia seguinte. Marilice Daronco é de Santa Maria e foi direto para o Centro Desportivo Municipal, o Farrezão. Descobriu, mais tarde, que absolutamente todas as pessoas com quem conversou tinham perdido pelo menos um familiar. Viu nos olhos de um pai a tristeza tomando conta ao receber a notícia, e presenciou a cena de um jovem contando esperançoso que havia conseguido levar a irmã a tempo para o hospital para, minutos depois, cair de joelhos e ouvir no telefone que ela não resistiu. O assessor de comunicação do Hospital de Caridade Doutor Astrogildo de Azevedo, de Santa Maria, Claudemir Pereira, lembra de ter sido avisado às 4 e meia da madrugada e logo correr para o local. Apesar de guardar muitas memórias daquele dia, algumas lembranças ficaram perdidas no tempo, e ele não faz questão de se reencontrar com elas. Claudemir conversou com nossa equipe e falou sobre o contato com os colegas da imprensa e a árdua tarefa de ler a lista de internados diante dos jornalistas e dos familiares das vítimas. O olhar do jornalista é ao mesmo tempo técnico e humano. Passados cinco anos, e por quantos mais for necessário, cabe à imprensa a tarefa de não deixar que as 242 vidas tenham sido perdidas em vão. Milhas pela Democracia: baianos doam milhas aéreas para quem veio apoiar Lula em Porto Alegre23/1/2018 Militantes de todo o Brasil favoráveis ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mobilizaram para estar em Porto Alegre no dia 24 de janeiro e acompanhar de perto o julgamento do petista. É o caso da baiana Nana de Carvalho: ela veio acompanhada de cerca de 50 pessoas e contou com a ajuda de apoiadores e governantes de sua cidade para vivenciar um dia histórico para a política brasileira. Por meio de uma campanha chamada “Milhas pela Democracia”, os manifestantes conseguiram doações para comprar passagens de avião mais baratas. Além disso, desde o dia 15 de dezembro, foram organizadas diversas ações como festas, jantares, rifas e vendas de camisetas para arrecadar fundos. O julgamento de Lula está marcado para as 8h30min desta quarta-feira.Ele foi condenado em primeira instância a nove anos e seis meses de prisão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no valor de R$ 2,2 milhões, correspondentes a um triplex no Guarujá, em São Paulo, pago pela construtora OAS. O recurso apresentado pela defesa de Lula será apreciado pela 8ª turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), composta pelos desembargadores Gebran Neto, que é o relator, Leandro Paulsen e Victor dos Santos Laus.
![]() Já virou chavão se referir a 2018 como o ano da eleição da internet. Nada de errado nisso, convenhamos, pois o crescimento de importância das redes sociais e demais plataformas digitais traz todos os indicativos de fenômeno irreversível. Eleição sem internet é como carro sem pneus: não há como sair do lugar, por mais que todo o resto esteja bem. Mas vai uma boa distância entre reconhecer a importância do digital nas campanhas e saber usá-la bem. Mais ainda agora, com o recente anúncio de mudanças no algoritmo do Facebook com o intuito de privilegiar a divulgação, na timeline, de posts do círculo de amigos em detrimento dos conteúdos de páginas, qualquer página - de times esportivos, empresas, jornais, artistas, políticos. O “NOVO” FACEBOOK Explicamos os objetivos do Facebook neste link: tentar conter a disseminação de notícias falsas (fakenews) e faturar mais com anúncios, não necessariamente nesta mesma ordem. Motivações à parte, fato é que a alteração do algoritmo obriga a todos que lidam com páginas de Facebook a rever estratégias. No caso específico da política, afetará de maneira mais drástica quem ainda engatinha no universo on-line, com presença digital restrita a um perfil “pessoa física”, com limite de 5 mil amigos, ou uma página com poucas mil curtidas. Quem já tem fanpage com um número mais expressivo de seguidores - 50 mil, por exemplo - terá chances de construir ou manter uma comunicação efetiva com o público, por meio de conteúdo orgânico com alto potencial de engajamento. Vale lembrar: postagens patrocinadas são proibidas em período de campanha, por força da legislação eleitoral. COMO CONSTRUIR O PÚBLICO É isso que torna a vida dos iniciantes nas redes sociais mais complicada, já que a construção de uma base de seguidores não se dá mais apenas com conteúdo orgânico; é preciso investir em anúncios, até por uma questão de refinamento de público conforme preferências pessoais e afinidades - ser assertivo neste ponto é a chave para o sucesso, o popular “falar para a pessoa certa, a coisa certa, na hora certa”. E pouco adianta lembrar que existe um perfil pessoal do político já com os 5 mil amigos, talvez dois ou três perfis assim - algo como Fulano 1 lotado, Fulano 2 lotado. O argumento de que as interações nesses meios ganhará alcance é válido, mas perde força diante da qualificação do público - um universo restrito, possivelmente composto por quem já é eleitor do político. Por que produzir conteúdo para quem já se tem o voto? A campanha precisa expandir os horizontes e atingir novas pessoas. 7 BOAS SAÍDAS PARA A CAMPANHA DIGITAL Ou seja, a campanha de 2018 na internet representa uma equação de difícil resolução, mas não impossível. Aqui vão 7 boas soluções: 1 - Planejamento de conteúdo; 2 - Construção de público dentro do período permitido pela legislação; 3 - Produção de conteúdo qualificado, com alto potencial de engajamento (leia-se compartilhamento); 4 - Aposta nos vídeos com formato internet: curtos, com possibilidade de gravação no celular, sem pirotecnia; 5 - Vídeos ao vivo; 6 - E, sim, outras plataformas, quando houver fôlego e estrutura: stories do Instagram, newsletters, site com a plataforma de propostas… 7 - WhatsApp: mobilizar uma rede orgânica para compartilhamento de conteúdos. É como campanha à moda antiga, mas na tela do telefone. Bônus: Planejamento, planejamento e mais planejamento. Comunicação, com resultado, se faz com muito planejamento e estratégia. Ou o candidato verá seu dinheiro ir embora pela janela e sua vitória nas urnas ficar para a próxima. |
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Março 2020
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