Conversar com alunos de universidades é sempre um grande prazer para mim. Junto duas coisas que gosto demais: compartilhar e a disposição da juventude.
Nesta quarta estive em Caxias, para uma noite de trocas, na UCS. E que noite! Com um auditório lotado, 4 páginas transmitindo ao vivo e o cinema exibindo o evento num telão, dividi o palco com outros 3 profissionais da comunicação - as gêmeas e sócias da Fale Consultoras, Alessandra e Fabiana Becker, e o ‘marketeiro confesso’ Marcus Vinícius Tonin. O Compartilha - Desafios da Comunicação é as ‘boas-vindas’ aos novos estudantes da Comunicação e um bom retorno aos que já só estão voltando das férias. Gostei muito do tema escolhido para esta segunda edição do Compartilha. É fundamental que as universidades discutam - e muito - os rumos que a comunicação tem tomado. Afinal, é dali que sairão os profissionais que alimentarão o mercado. Costumo dizer que existe um ‘vale de lágrimas’ entre mercado e academia. Um certa rixa que não faz sentido. E eventos como o Compartilha ajudam a quebrar esta barreira. Pensei muito sobre o que falar para os estudantes. O que chamaria a atenção deles? O que faria com que eles ficassem no auditório e, principalmente, prestassem atenção no que eu estava falando? Este é um desafio enorme! Concorrer com as redes sociais e smartphones não é tarefa fácil! Decidi por fazer uma provocação: questionei sobre que tipo de comunicação eles querem, sobre que tipo de profissionais eles querem ser, falei das mudanças do mercado, da necessidade de fazermos comunicação adequada a 2018 e não mais o modelo da década de 90 e, por fim, lembrei a turma que o que nos faz jornalistas - e comunicadores em geral - melhores é o embasamento teórico. É o que nos faz pensar e não nos transforma em tecnicistas. E este embasamento encontramos na universidade, onde temos professores e tempo dedicados a isso. Nem preciso dizer que quem gostou dessa parte foram os professores, né? Espero que eu tenha contribuído para o debate! Agradeço muito aos professores da UCS pela receptividade de sempre, aos alunos que foram pacientes e a generosidade dos colegas palestrantes. Um carinho especial deixo para a professora Ana Laura Paraginski, pelo convite. Uma amizade que se iniciou há um bom tempo, no curso de Jornalismo da UFSM e que segue firme e forte. Abaixo, você pode ver os tópicos da minha apresentação:
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Parafraseando nosso amigo Carlos Wagner, veterano na lida reportera, o caso da pegadinha do diário Marca sobre Cristiano Ronaldo deixa uma boa lição para nós, repórteres e produtores de conteúdo.
O jornal brincou de fake news ao permitir a um youtuber espanhol publicar, na conta oficial do Marca no Twitter, que o craque português não jogaria contra o PSG. Horas mas tarde, Cristiano não só atuou como fez um dos gols da classificação do Real Madrid. Por se tratar de CR7 e vir da conta oficial de um jornal bastante conhecido, o tuíte do Marca imediatamente repercutiu mundo afora - literalmente. Diversos veículos de imprensa noticiaram a baixa para um jogo decisivo na Champions League por confiarem no mensageiro, como se isso fosse o suficiente. A ESPN argentina, por exemplo, simplesmente apagou a matéria após descobrir que era pegadinha. E os equatorianos do Ecuagol não só mantiveram a notícia como não a corrigiram. Quem conhece o mínimo de jornalismo profissional sabe que é preciso desconfiar, acima de tudo. Se fica complicado ligar para o outro lado do oceano e confirmar a notícia com o Real Madrid, que tal conferir se mais gente deu a mesma informação? Com outros detalhes? Ouvindo o clube ou o jogador? São princípios básicos que se aplicam a qualquer bom jornalista e, desde não muito tempo atrás, aos produtores de conteúdo fora do mainstream. A alteração radical pela qual (ainda) passa o mercado da comunicação pode encontrar um resumo rápido na decadência dos veículos tradicionais e na migração dos jornalistas para outras mídias e plataformas, especialmente as digitais. E aí está o ponto: se a difusão da informação deixou de ser monopólio do trio rádio, jornal e TV, quem agora entrou no bolo precisa jogar conforme as boas regras. E nelas estão as premissas do jornalismo profissional, que apura e confirma, nem que seja preciso dar a notícia depois da concorrência. De nada adianta criticar as fake news, portanto, se os produtores de conteúdo não entregarem informações - seja nas redes sociais, blogs, reportagens ou até mesmo em anúncios - sem o mínimo de precisão. Como bem disse a jornalista Taís Seibt neste artigo, “há diferença entre notícia falsa, notícia desagradável e notícia mal-escrita”. E se quem escreve não for jornalista, que busque o mínimo de qualificação ou procure ajuda especializada. De boas intenções o mundo está cheio. De cuidados com a qualidade da informação, nem tanto. |
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Novembro 2022
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