Por Alexandra Zanela, Redação Padrinho Na minha lista de 'checks' de shows faltava um em especial. Mas tudo bem, afinal, eles nunca vieram ao Brasil. COMO ASSIM O THE WHO NUNCA TOCOU POR AQUI? Incrivelmente é verdade. Os lordes britânicos pisaram em terras tupiniquins pela primeira vez neste ano. E olha que eles estão em atividade desde 1964, ainda restam 2 integrantes vivos e, enfim, é o The Who e toda sua magia visceral do rock puro - o meu preferido, desculpem. Mas isso tudo ficou pra traz neste 26 de setembro de 2017. Num show quase privê, pra pouco mais de 10 mil pessoas, no Anfiteatro Beira-Rio, a banda mostrou que mantém acesa a chama do rock sem cair no pieguismo de se comportar como se ainda tivessem 20 e poucos anos. ::: Otto Herock Neto: Nossos filhos ouvirão The Who e Beatles, enquanto coleguinhas o hit semana' Roger Daltrey e Pete Townshend, os únicos sobreviventes da formação original, usaram na medida as marcas registradas: malabarismo com o microfone e braço girando na guitarra. Apesar de que o público queria mesmo era ver esses rompantes de 1960. Não era pra menos, quando fechávamos os olhos, era possível viajarmos no tempo e irmos direto para dentro de Tommy, a primeira ópera-rock e um CLASICASSO, ou num palco qualquer na Europa como se o Keith Moon ainda fosse o baterista (Keith morreu em 1980, de uma overdose de medicamentos para parar de beber!). Não era Moon na bateria, mas o filho do Ringo Starr (meu Beatle preferido) é quem senta naquela banqueta, faz caras e bocas parecendo o Moon e brinca com as baquetas numa brincadeira que parece 'siga o mestre'. Zak Starkey, você merece essa batera (mas contenha-se com as imitações ao Keith, please). Aos 72 e 73 anos, respectivamente, Townshend e Daltrey são 'vovozinhos' queridões. Pediram desculpas por não falarem português, tiraram onda de que eles são tão velhos que provavelmente nossos pais nem era casados e a gente nem era nascido. Daltrey apontou para uma pessoa 'mais velha' que estava na pista premium dizendo que ele sim já era nascido. Risos da plateia! Pete, nosso lorde, levou seu 'tea' (pelo menos disse que era) para o palco. Erguendo uma xícara branca, gritou: TEA, TEA, TEA, TEA, TEA! (será que era o autêntico tea inglês, com leite e tudo mais?). Na despedida, os meninos do The Who me fizeram ter certeza de que 'AINDA BEM QUE NÃO PERDI O SHOW': a banda dará um tempo. Será primeira e única/última vez que eles pisam abaixo da linha do Equador? Se for, tudo bem, eu fui! -- Ps.: eu acabei não comprando ingresso antecipado e até já tinha me conformado que não os veria. Já em casa, passado das 20h, meu coração começou a dar palpites para o cérebro, que enviou sinais de loucura de volta para o coração. 20h50 o marido chega em casa, com o cabelo molhado da natação, troca de roupa, sem espaço para dizer que não queria ir perante a decisiva Alexandra, chama o transporte, passa no banco 24h, saca dinheiro e simbora ver a banda que embalou minha juventude e que me arranca lágrimas toda vez que assisto Tommy ou escuto Pinball Wizard.
0 Comentários
![]() Por Pedro Pereira - Redação Padrinho Mal que atormenta a sociedade de forma silenciosa, o suicídio está presente em nosso cotidiano e precisamos, sim, falar sobre ele. Especialistas argumentam que o tabu que gira em torno do tema é uma das causas do elevado número de ocorrências em todo o mundo. Também contribuem a falta de conhecimento e atenção sobre o assunto pelos profissionais de saúde e a ideia de que o comportamento suicida não é um evento frequente. É preciso deixar claro que o suicídio tem efeito contagioso quando noticiado de forma errada, mas não falar sobre ele é igualmente prejudicial porque interfere diretamente na prevenção. Não se combate um inimigo sem o conhecer detalhadamente – caso contrário, a guerra estará perdida. É fundamental quebrar estas e outras barreiras para combater o problema, por isso foi instituído o Setembro Amarelo, campanha trazida para o Brasil em 2014 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Durante este mês, prédios públicos e privados têm luzes amarelas voltadas para si, e as pessoas são incentivadas a usarem roupas, acessórios ou um laço desta cor – a exemplo do outubro rosa, que alerta para o combate ao câncer de mama, e o novembro azul, contra o câncer de próstata. Eventos e atividades em todo o país informam a população sobre as melhores práticas e cuidados para evitar o suicídio. A cada ano, cerca de um milhão de pessoas cometem suicídio – uma a cada quarenta segundos. No Brasil, a cada 45 minutos uma pessoa tira a própria vida: são 32 mortes por dia. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a média brasileira em 2015 foi de 6,3 suicídios para cada 100 mil habitantes. Entre as mulheres a média foi de 2,9 para cada 100 mil, enquanto os homens levam a média para cima, com 9,8 a cada 100 mil. Curiosamente, o número de tentativas de suicídio é inversamente proporcional: ocorre três vezes mais entre as mulheres. Isso porque os meios aplicados pelos homens são mais, digamos, assertivos (como armas de fogo e enforcamento). Prevenção Aproveitando o período de reflexão sobre o assunto, cabe a pergunta: como, afinal, poupar a sociedade de ato tão nefasto? Segundo a Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio (ABEPS), os profissionais da saúde devem reconhecer os fatores de risco (especialmente uma tentativa anterior e doenças mentais) e os fatores protetores para determinar clinicamente a gravidade do caso. Este princípio é fundamental para definir como será feito o acompanhamento do paciente de forma a reduzir o risco - já que não é possível identificar com 100% de precisão quem irá se suicidar. Tentativa de suicídio – fator mais importante, com cinco a seis vezes mais chances de ocorrência. A ABEPS estima que 50% dos que cometem suicídio já haviam tentado anteriormente. Doença mental – quase todos os suicidas apresentam algum distúrbio, muitas vezes não diagnosticado ou não tratado de forma adequada. Os mais comuns são depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia e abuso ou dependência de álcool e outras drogas. Já os fatores protetores são menos estudados, por isso não trazem dados tão consistentes, mas geralmente envolvem autoestima elevada, bom suporte familiar, laços sociais bem estabelecidos (família e amigos), religiosidade (independente da crença), estar empregado, ter crianças em casa, gravidez desejada e planejada, capacidade de adaptação positiva, acesso a serviços e cuidados de saúde mental, entre outros. Fique sabendo A ABEPS explica que vários mitos popularmente difundidos prejudicam a prevenção. Confira alguns deles: ::: Mito: o suicídio é uma decisão individual, já que cada um tem pleno direito a exercitar o seu livre arbítrio. ::: Verdade: os suicidas estão passando quase invariavelmente por uma doença mental que altera, de forma radical, a sua percepção da realidade e interfere em seu livre arbítrio. O tratamento eficaz da doença mental é o pilar mais importante da prevenção do suicídio. ::: Mito: é proibido que a mídia aborde o tema suicídio. ::: Verdade: a mídia tem obrigação social de tratar desse importante assunto de saúde pública e abordar esse tema de forma adequada. Isto não aumenta o risco de uma pessoa se matar; ao contrário, é fundamental dar informações à população sobre o problema, onde buscar ajuda, etc. ::: Mito: não devemos falar sobre suicídio, pois isso pode aumentar o risco. ::: Verdade: falar sobre suicídio não aumenta o risco. Muito pelo contrário, falar com alguém sobre o assunto pode aliviar a angústia e a tensão que esses pensamentos trazem. ::: Mito: as pessoas que ameaçam se matar não farão isso, querem apenas chamar a atenção. ::: Verdade: a maioria dos suicidas fala ou dá sinais sobre suas ideias de morte. Boa parte dos suicidas expressou, em dias ou semanas anteriores, frequentemente aos profissionais de saúde, seu desejo de se matar. Posvenção Passado o evento traumático para todos, resta o chamado “luto do suicídio”, período em que as pessoas próximas a quem cometeu o ato precisam assimilar o acontecido. Nos Estados Unidos, estas pessoas são chamadas “sobreviventes de suicídio”: são familiares, amigos ou colegas de quem atentou contra a própria vida. Estima-se que, em média, 60 pessoas sejam afetadas pela dor da perda de alguém por suicídio. Já que a Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que 800 mil pessoas morram desta forma a cada ano, conclui-se que 48 milhões de pessoas “sobrevivam a um suicídio” anualmente. Nestes casos cabe um acompanhamento mais próximo. A ABEPS afirma que grupos de apoio ao luto, conduzidos por pessoas capacitadas, podem ser benéficos. Alguns objetivos da posvenção
Onde buscar apoio Felizmente o Brasil é pródigo em ajuda ao próximo. Entre as iniciativas de combate ao suicídio a atuação mais destacada provavelmente seja a do CVV, entidade sem fins lucrativos que oferece atendimento gratuito e sigiloso há 55 anos. Acessando o site da entidade é possível encontrar apoio dos voluntários via chat, skype ou e-mail, além dos números de telefone e o endereço dos 72 postos de atendimento presencial. O CVV conseguiu, inclusive, criar uma linha de fácil acesso: quem precisar de ajuda pode discar o número 141, de qualquer lugar do Brasil, ou 188, se estiver no Rio Grande do Sul. Este último tem ligação gratuita, e a partir de 30 de setembro estará disponível também em Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Piauí, Roraima, Acre, Amapá, Rondônia e Rio de Janeiro. A meta é estender a linha gratuita a todo o país até 2020, segundo convênio firmado com o Ministério da Saúde, mas os primeiros escolhidos não têm muito o que comemorar e sim bastante trabalho pela frente, já que o critério adotado foi começar pelos índices mais altos do país. Todo ano os mais de dois mil voluntários realizam mais de um milhão de atendimentos em 18 estados e no Distrito Federal. Nem todos os chamados são de potenciais suicidas, mas retratam cenários que podem levar a doenças e comportamentos que desencadeiam o processo. São pessoas prestes a atentar contra a própria vida, outras que estão se sentindo sozinhas, carentes ou preocupadas com algo que preferem não compartilhar com quem lhes é próximo. Os atendimentos são sigilosos e não há qualquer troca de contatos pessoais, como telefone ou redes sociais. Os voluntários dedicam até quatro horas semanais à atividade, mas antes passam por uma capacitação que os habilita a desempenhar a função. Links úteis: Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio Centro de Valorização da Vida Setembro Amarelo Suicídio: informando para prevenir (PDF) |
PAD - Produção Autoral do DindosO material deste blog é produzido pela equipe da Padrinho Agência de Conteúdo e colaboradores. Ele é de uso livre, desde que, obrigatoriamente, seja dado o correto crédito, com link. Histórico
Novembro 2022
Categorias
Tudo
|