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Especial Consciência Negra: 'Tire o seu racismo da minha frente que eu quero passar'

20/11/2017

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Por Thiago Silva – jornalista, negro, cansado de preconceito, e Renata Crawshaw, da Redação Padrinho
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São 19h e você está atrasado para jantar com a sua família. Cinco minutos depois, é preciso sair correndo de casa em direção à parada do ônibus. Três minutos mais tarde, a polícia manda você parar na esquina, te encosta na parede, quer ver os teus  documentos. A polícia te revista, procurando qualquer coisa que possa te incriminar. Como não consegue encontrar nada, te trata mal, te dá socos e grita a todo momento. Uma hora se passa, nada é encontrado, você é liberado e precisa voltar para sua vida normal.
::: Confira abaixo a matéria em áudio (uso livre)
Isso não aconteceu uma ou duas vezes, foram várias. O grande problema da vida é ter de conviver com isso. Ter a obrigação de viver com o medo. O medo não é de ser assaltado, mas sim de ser confundido com um assaltante. No Brasil onde a cada 100 pessoas que sofrem homicídio, 71 são negras. No Brasil onde o cidadão negro possui chances 23,5% maiores de ser assassinado, em relação a cidadãos de outras raças/cores.

Não é fácil viver dessa forma.

Será que quando comparamos esses dados, somos realmente todos iguais?

Segundo o Atlas da Violência 2017, publicado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), entre 2005 e 2015 a taxa de homicídios contra negros aumentou 18,2%, chegando a 37,7 para cada 100 mil habitantes. Este número supera a média nacional considerando todas as raças/etnias (32,4 homicídios/100 mil), ultrapassa a África do Sul (35,7/100 mil) e se aproxima da Colômbia (43,9/100 mil). A maior variação foi verificada no Rio Grande do Norte, onde as chances de um negro ser assassinado mais do que triplicaram: aumento de 331,8%. Enquanto isso, entre os brasileiros não-negros o índice teve queda de 12,2% e ficou em 15,3 homicídios a cada 100 mil habitantes – em 2005 eram 17,4.

“O medo não é de ser assaltado, mas de ser confundido com um assaltante”

Esses são apenas alguns dados que deixam claro e ressaltam ainda mais a desigualdade em nosso país. Qual é a cor do bandido? Ou melhor: bandido tem cor? O Brasil é o paraíso das três raças, não é? Quero ver achar isso se você é negro.

Os negros são minoria no Brasil. “Mas que minoria é essa, se os negros são 54% da população?”. Respondo: de acordo com o Ipea, a renda da população negra só será igual à da branca em 32 anos. Atualmente, negros ganham, em média, 53% da renda do branco.

De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2015, com base em dados consolidados ao longo do ano anterior, negros representam 76% das pessoas entre os 10% com os menores rendimentos e 17,4% no grupo de 1% dos brasileiros com maior renda.

O relatório evidencia a grande diferença em relação aos que se declaram brancos, que representam quase 80% entre os mais ricos. Não perca as contas: os negros são menos de um quinto do grupo mais abastado, mas continuam sendo mais da metade da população brasileira.

Sejamos todos a mudança

Ao longo dos últimos anos as denúncias de racismo dispararam em todo o Brasil. 
A Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial registrou, em todo o país, 626 denúncias em 2015, ante 567 no ano anterior e 425 dois anos antes.

A cor da sua pele, seja ela qual for, não muda a sua qualidade, nem faz de você melhor ou pior. Seja preto, branco, amarelo, é preciso olhar no espelho e ter orgulho. Num mundo onde falta respeito, você pode ser de classe alta ou baixa, tanto faz. O fato é que o preconceito nunca vai acabar totalmente. A questão é: como evitar que a cor da sua pele continue sendo um problema?

Esse problema pode ser algo de proporções enormes como o caso mais recente do jornalista William Waack, que disse que a buzina e o barulho que o atrapalhavam vindos da rua eram “coisa de preto”. Ou, então, pode ser algo de menor escala, mas que dói fortemente em quem sofre, como as pessoas que atravessam a rua para “não correr o risco de ser assaltada”. Ou quando a pessoa fecha o portão na sua cara, porque acha que você não tem direito de viver em um condomínio cujos moradores têm razoável poder aquisitivo. 

O preconceito vêm do branco, do negro, do heterossexual, do homossexual, do rico, do pobre. E isso precisa acabar. A sua vida pode ser difícil, muito difícil, mas você pode ser melhor. E não importa a cor da sua pele. Mas para isso acontecer, não espere alguém lhe dizer não, diga a ela, sim.

Seja você a mudança!
Este é o primeiro material do especial Consciência Negra. Durante esta semana, novos conteúdos serão publicados. O uso por veículos de comunicação é livre, desde que mantenha o crédito. 
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