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Estudantes desenvolvem calcinha que dispensa o uso de absorvente

25/10/2017

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Por Pedro Pereira (texto) e Thiago Silva (vídeo), da Redação Padrinho
Estima-se que durante 40 anos uma mulher utilize, em média, 10 mil absorventes em 450 ciclos menstruais. Além disso, o uso dos descartáveis pode custar por volta de R$ 9 mil e produzir nada menos do que 150 kg de lixo: é caro para o bolso e, principalmente, faz mal para o planeta.

Foi pensando nisso que as estudantes de engenharia química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Raíssa Kist e Nicole Zagonel desenvolveram a Herself, uma calcinha que dispensa o uso do absorvente. Elas participaram de um programa do SEBRAE-RS em parceria com a Semente Negócios, incubadora de projetos inovadores, intitulado Programa Agir. O objetivo era idealizar e desenvolver negócios eficientes com atenção à preservação ambiental.

Inicialmente, Raíssa e Nicole tinham em mente um trabalho de reutilização de embalagens de cosméticos, que não avançou. Elas continuaram participando da mentoria e descobriram que em outros países já existiam alternativas ecológica e economicamente viáveis para o absorvente íntimo feminino.

“Aqui no Brasil [este tipo de calcinha] ainda não era uma realidade, então pensamos: por que não?”, lembra Raíssa. “A gente mesmo queria e não tinha, então por quê não trazer com tecnologia, matéria-prima e mão de obra nacionais, para valorizar tudo isso?”, completa Nicole.

Mas para trazer a novidade às brasileiras era preciso adaptar alguns detalhes ao gosto nacional – e descobrir as preferências íntimas das mulheres não foi tão simples. As empreendedoras logo perceberam que falar do ciclo menstrual ainda é um tabu para muitas delas, mas, mais rápido ainda, entenderam que vencida esta barreira todas demonstram empolgação com o produto e alegria por debater um assunto tão natural do corpo humano. O modelo de corte, por exemplo, foi adaptado de acordo com as impressões reportadas pelos grupos de mulheres que participaram como co-criadoras.

Raíssa lembra das conversas com mulheres de diferentes regiões do país para entender a relação delas com a menstruação e o impacto disso no cotidiano de cada uma. Em um país de dimensões continentais, as diferenças de hábitos e mesmo climáticas foram levadas em consideração.

“Percebemos um estranhamento em falar do assunto, mas depois de quebrar essa barreira elas traziam muitas questões que a gente nem imaginava, como a dificuldade para a prática de esportes”, conta.

“Inicialmente pensávamos em alguns problemas a serem resolvidos com as calcinhas, como o conforto e a questão ambiental, mas acabamos resolvendo questões como autoestima, confiança, alergias. Então esse produto abre uma gama importante de possibilidades”, explica Nicole.

Empreendedorismo, inovação e… moda: a multidisciplinar Herself

Depois de entender os problemas a serem resolvidos, as necessidades do público e o gosto das consumidoras brasileiras, era hora de desenvolver o produto. Foram feitas diversas pesquisas de materiais, sempre priorizando aqueles de origem nacional – o que elas garantem não ter sido difícil, à exceção de uma linda renda chinesa. Em geral, a matéria-prima brasileira apresentou qualidade e design adequados.

Faltava o desenho, e como estudantes de engenharia química Raíssa e Nicole não tinham ideia de como criar e produzir peças de roupa. Então elas foram estudar moda.

“Para participar da criação a gente fez um laboratório de moldes de calcinha. Fizemos os que são utilizados hoje e aprendemos a fazer o corte [do tecido]”, revela Nicole. Hoje, toda a produção passa pelas mãos das criadoras: elas cortam as peças e encaminham para uma equipe de costureiras, que são contratadas para fazer a costura e o acabamento.


Ainda em 2016, quando tudo estava em fase de testes, as mulheres participaram de um questionário, pelo qual se candidataram para fazer o teste da inovadora calcinha.

“A gente já teve uma procura muito grande naquela época. As meninas mandavam mensagem dizendo ‘vou ficar menstruada, tem alguma para eu usar?’. Dá para ver que elas querem ter essa experiência – e nunca ficaram tão felizes por estar menstruadas, o que é genial. Isso é trazer um outro olhar para o ciclo menstrual”, empolga-se Nicole.

O produto

A calcinha absorvente seria uma peça íntima comum, não fosse a combinação de três tecidos tecnológicos: uma camada externa impermeável, seguida por um tecido ultra-absorvente e antimicrobiano, que evita a proliferação de fungos e bactérias e faz o controle de odores, e a camada interna que é hidrorrepelente e 100% algodão, dando sensação de toque seco.

“A mulher não quer ficar com o líquido perto da pele, então o tecido não dá a sensação de umidade”, explica Nicole. “Quando ela ficar com essa sensação, é hora de trocar. Cada mulher adapta o modelo utilizado ao seu fluxo”, completa Raíssa.

Atualmente são dois modelos, exclusivamente na cor preta:

Ceci – para fluxo leve ou para início e final do ciclo; equivale a um absorvente descartável


Frida – destinada a conter fluxo intenso e com corte de cintura mais alto; equivale a quatro absorventes descartáveis. 
Imagem
Nas prateleiras (virtuais)

O lançamento da calcinha que dispensa o uso de absorvente ocorreu pela plataforma de financiamento coletivo Catarse. O objetivo era comercializar 400 unidades em até dois meses de ação, mas a meta foi alcançada em 21 dias. Agora, elas querem bater a marca de 950 calcinhas vendidas em dois meses de campanha.

O próximo passo é oferecer mais tamanhos dos dois modelos produzidos atualmente, atendendo a todas as faixas etárias. Depois, elas partirão para o desenvolvimento de novos moldes, cores e opções de comodidade para o dia a dia – como a facilidade para transportar peças reservas com discrição e higiene.

Desenvolvida entre o segundo semestre de 2016 e o primeiro deste ano, a Herself já tem concorrente no mercado nacional: uma iniciativa de São Paulo traz a mesma proposta ao público feminino, o que é visto com bons olhos por Nicole. “É importante ter uma concorrência neste momento porque estamos trazendo um produto muito inovador, ao qual as brasileiras ainda não estão acostumadas. Temos alguém pra abrir o mercado conosco. Estamos dizendo que calcinhas absorventes são legais e elas também estão dizendo que calcinhas absorventes são legais”, acredita.
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Student Quebec link
11/3/2021 12:24:48

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