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Feministas: o que elas estavam pensando – A desobediência nossa de cada dia

30/1/2019

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Bianca Zasso - jornalista e Especialista em Cinema, integrante da Associação de Críticos de Cinema do RS (Accirs), e o Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema. Apresenta o projeto Bia na Toca. ​
Fotos do livro Emergence (Netflix/Reprodução)Fotos do livro Emergence (Netflix/Reprodução)
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O dito mundo real nunca esteve tão surreal. O ano de 2019 mal começou e já temos frases e acontecimentos nesta nossa pátria amada que desafiam até as mentes mais criativas e revolucionárias. Entre as loucuras que essa turminha do barulho anda aprontando na sessão da tarde de cada dia, está uma certa ministra que não esconde sua aversão pelo movimento feminista. Fica claro pelas suas falas que ela sequer tem ideia do que se trata e como sabemos que a Bíblia é o único livro no qual ela confia e não vai adiantar recomendar a leitura das teóricas feministas, quem sabe ela não encontre um tempo, entre uma oração e outra, para assistir ao documentário Feministas: o que elas estavam pensando?.

Dirigido por Johanna Demetrakas (que já havia documentado a nudez feminina nos filmes B de Hollywood no ótimo Some Nudity Required), o filme, disponível na plataforma Netflix, tem como ponto de partida a exposição da fotógrafa Cynthia MacAdams, composta por retratos que integram seu livro Emergence, lançado em 1979. Nas fotos, ela retratou mulheres das mais diversas idades, com os mais diversos corpos. Posando ou pegas de surpresa. Em comum entre elas está uma liberdade ofensiva demais para aqueles tempos. Infelizmente, hoje nos perguntamos: será que só para os tão distantes anos 70?

Os depoimentos de mulheres como Jane Fonda, Lily Tomlin, Laurie Anderson e Michelle Phillips relembram as agruras que enfrentaram para seguirem em frente no mundo da arte. A percepção de que o gênero influenciava suas vitórias e derrotas, os inúmeros questionamentos sobre suas capacidades e os incontáveis nãos que ouviram ao longo de suas carreiras provocam nas espectadoras uma sensação desoladora. Ainda estamos na mesma situação. Ouvir mulheres com mais de 50 anos relatando situações que nós, mulheres de todas as idades, ainda vivenciamos, reforça a verdadeira vontade do movimento feminista, que é a de um mundo com mais igualdade entre homens e mulheres.
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"Se vierem com o papo de que
'isso é a tradição', vamos louvar a
desobediência e mostrar que o
​único pecado é ficarmos em silêncio"

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​Simples na sua construção, o documentário não se atém a explicar o surgimento e as conquistas do feminismo e isto talvez seja a sua principal falha. Para os iniciados no assunto, é natural relacionar algumas histórias, como a da ativista Margaret Prescod, com o surgimento do feminismo negro e, por consequência, a chegada do feminismo interseccional. Mas os leigos podem não absorver com totalidade o quão intenso foi a chamada Segunda Onda do feminismo, cujo auge deu-se justamente no período de lançamento do livro de Cynthia MacAdams. E ainda teremos de lidar com os piores leigos, que são aqueles que sequer querem aprender e acreditam que o que eles sabem é o certo. E ponto.

Feministas: o que elas estavam pensando? não é nenhuma obra-prima documental e talvez não lhe proporcione algo parecido com diversão. Mas sua capacidade de nos fazer pensar sobre a força dos pequenos abusos e machismos que mulheres de todas as classes, cores e corpos sofrem todos os dias deve ser louvada. Jane Fonda, aos 81 anos, continua exalando sensualidade e inteligência. Como complemento de suas falas, que incluem a consciência da família machista na qual foi criada, ela nos prova que não é preciso aderir ao recato e ao sorriso suave quando a idade chega. É só a gente querer.

Ou o desabafo de Funmilola Fagbamila sobre sua ingenuidade quanto ao peso de sua cor dentro do movimento feminista. Todas as mulheres, mesmo as que já entraram na batalha por mais igualdade, cometeram e ainda cometem atitudes machistas. Pode ser uma palavra, um olhar, uma escolha. A sociedade é patriarcal há séculos, não seria da noite para o dia que iríamos nos libertar dos conselhos que passam de geração em geração. Se vierem com o papo de que "isso é a tradição", vamos louvar a desobediência e mostrar que o único pecado é ficarmos em silêncio.
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